quinta-feira, 30 de junho de 2011

Preconceito: O lado triste do Futebol

Seguindo a minha linha de ideia, tornando-me até um pouco obsessivo, farei um resgate histórico da discriminação e preconceito contra os negros no futebol brasileiro. Tais mazelas existiram (e ainda existem) tanto na sociedade quanto no esporte. É verdade que em menor proporção do que em tempos atrás. Mas, infelizmente ainda existe.
Retornemos a um passado um pouco distante. Início do século XX, o futebol começava a se difundir em terras brasileiras. Segundo Duarte, era um passatempo só para a elite formada “brancos ricos”, os negros se quer podiam assistir as partidas de futebol (que na verdade eram eventos da alta sociedade e as pessoas iam aos jogos com roupas finas e chiques).
Começou a haver campeonatos de futebol e nenhum time poderia ter jogadores negros (que chamavam antigamente, num termo que eu acho absurdo e ridículo, “de cor”). Até que os negros brasileiros com toda sua ginga e maestria na arte da bola, conseguiram vencer o preconceito e se inseriram no futebol.
O primeiro grande clube a aceitar negros foi o Vasco da Gama do Rio de Janeiro, e outros menores como Bangu e América, ambos também do Rio. Inclusive há relatos de que o Vasco sofreu retaliações pela escalação de negros na época. Neste mesmo período alguns negros para poder jogar futebol nos seus clubes passavam pó de arroz na pele para embranquecê-la.


De certo é que os negros foram aceitos no futebol, mas sempre contestados pelas torcidas (que refletiam o preconceito da sociedade). Tanto é que a perda o título da Copa do Mundo de 1950 aqui no Brasil (perdendo de virada 2x1 para o Uruguai em pleno Maracanã, episódio conhecido por “Maracanaço”) foi creditado (de forma errada e injusta) ao goleiro negro daquela seleção: Barbosa.



Acredito que o fim do preconceito (ao menos escancarado e explícito) aos negros no futebol brasileiro se deu por conta de um gênio da bola. Em 1958, o Brasil e especialmente o mundo conheciam um “negrinho” (como chamavam-no) de apenas 17 anos, que fazia maravilhas com a bola e encantava a todos. E que mais tarde viria a se tornar o rei do futebol: Edson Arantes do Nascimento, Pelé.
Pelé fez o povo brasileiro sentir orgulho do seu país e mais, fez os negros sentirem orgulhos da sua raça. A partir de Pelé, o mundo conheceu o Brasil do futebol, com seus negros geniais que gingavam e dançavam com a bola (como dizia a imprensa européia).
Mas como disse há pouco, o preconceito deixou de ser explícito (até hoje é assim não só no futebol, mas também na nossa sociedade), mas não se findou, infelizmente.   

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